A demência não é uma doença única, mas sim um grupo de sintomas provocados por danos no cérebro dos quais a perda de memória e a piora das capacidades cognitivas são os mais característicos.
Por ser mais a comum, a doença de Alzheimer é a forma de demência mais conhecida. Depois do Alzheimer vem a demência vascular, a segunda forma mais comum de demência da qual você talvez não tenha ouvido falar ou a conheça menos.
Embora muitas vezes seja difícil diferenciar uma condição da outra - já que os sintomas da demência vascular variam enormemente e alguns, como as falhas na memória, no raciocínio e no pensamento são comuns aos dois males, mas as causas de ambas são distintas.
Enquanto a origem da demência vascular está ligada ao dano vascular, sabe-se que a principal causa do Alzheimer é a acumulação de proteínas tóxicas geradas no cérebro, e que vão danificar direta ou indiretamente os neurônios, e, finalmente, vão provocar a morte deles.
Além disso, as duas condições tendem a evoluir de forma diferente.
O Alzheimer costuma ser uma doença que progride lentamente, como um caminho que desce um morro de forma mais ou menos homogênea. Por outro lado, os eventos vasculares podem acontecer hoje - se você tem um infarto, tem um dano cerebral, se recupera em poucos meses, mas ficam sequelas - e, se não voltar a ter nenhum outro infarto e não tiver outra causa, fica estabilizado. Ou pode ter outro infarto no ano seguinte e voltar a piorar.
Ou seja, a deterioração cognitiva pode se dar de maneira escalonada e mais marcada, em contraposição a uma evolução mais linear.
Segundo a organização sem fins lucrativos Dementia UK, cerca de 17% das pessoas diagnosticadas com demência sofrem de demência vascular, uma doença que não tem cura mas que, quando seus fatores de risco são controlados, pode avançar de forma mais lenta.
A demência vascular é um termo geral que descreve um "declive cognitivo que se produz geralmente quando há um bloqueio ou uma redução do fluxo sanguíneo no cérebro, e isso faz com que diminuam os níveis de oxigênio e nutrientes que chegam aos neurônios", diz à BBC Mundo Inés Moreno-González, professora e pesquisadora de doenças neurodegenerativas da Universidade de Málaga - Instituto de Pesquisa Biomédica de Málaga (Ibima) e Ciberned.
Essa redução do fluxo sanguíneo pode ocorrer por causas que incluem isquemias cerebrais, pequenas hemorragias intercerebrais e outros distúrbios que afetem os vasos sanguíneos cerebrais.
Os sintomas provocados pela morte ou pelo dano desses neurônios dependerá, principalmente, da localização do acidente cerebral.
O que há de comum entre ambos os males são seus fatores de risco. Isso diz respeito à predisposição genética, o hábito de fumar, o consumo elevado de álcool, a vida sedentária, a obesidade, o colesterol, o açúcar ou a pressão alta, e fatores ligados ao envelhecimento.
Por outro lado, também é importante notar que em grande parte dos casos, os pacientes sofrem um tipo de demência mista, quando coexistem o Alzheimer e os danos de origem vascular.
Chamamos a maioria de Alzheimer, mas isso é porque 'alzheimeramos' a demência, por ser a mais frequente e porque temos biomarcadores para tudo. Muitas vezes chamamos de Alzheimer o que em uma pessoa de 80 anos podem ser outras patologias ou comorbidades que contribuíram com essa piora cognitiva.
- Desorientação
- Dificuldade para prestar atenção e se concentrar
- Capacidade reduzida para organizar pensamentos e ações
- Lentidão de raciocínio
- Mudanças de humor (intranquilidade, agitação, apatia)
- Problemas com a memória e a linguagem (menos comuns que no Alzheimer)
- Caminhar instável ou falta de equilíbrio
Quanto ao tratamento, o primeiro ponto que se deve esclarecer é que "uma vez que os neurônios morrem, não podem ressuscitar". O dano não se pode reverter, mas pode-se buscar a causa para evitar que volte a ocorrer e postergar seu avanço. Se houve por exemplo uma isquemia, ela é tratada com medicamentos que dissolvem o coágulo e anticoagulantes, para reiniciar o fluxo sanguíneo e que não se volte a produzir um bloqueio no vaso sanguíneo, se há uma pequena hemorragia, existem diferentes medicamentos que podem facilitar a reabsorção do sangue.
Se uma pessoa tem hipertensão, altos níveis de colesterol e açúcar no sangue, tratam-se essas patologias, ou seja, as causas subjacentes.
Não existe um tratamento hoje para a demência vascular, por isso a forma mais efetiva de tratamento é controlar os desencadeadores da doença.
Além disso, levar um estilo de vida saudável obviamente contribuirá com a manutenção de um sistema cardiovascular mais saudável.
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