O HTLV (vírus T-linfotrópico humano) é um vírus que pertence à mesma família do HIV, o vírus causador da AIDS. Ele atinge os linfócitos T, ou seja, as células de defesa do organismo. Embora o HTLV seja um vírus pouco conhecido pela população, o Brasil é o país do mundo com maior número de casos: cerca de 2,5 milhões de brasileiros estão infectados pelo HTLV. Em todo o mundo, estima-se que 20 milhões de pessoas estejam infectadas pelo HTLV-I, um dos tipos de HTLV.
O HTLV é uma IST, ou seja, uma Infecção Sexualmente Transmissível. Desta forma, o vírus é transmitido principalmente através da relação sexual desprotegida, sendo que a transmissão por meio do sexo que ocorre com mais frequência é do homem para a mulher.
Também pode ser transmitido por transfusão de sangue e compartilhamento de seringas e agulhas por usuários de drogas. Outra forma de transmissão é a vertical, que ocorre da mãe para o filho durante a gestação, parto ou aleitamento materno. A transmissão do vírus por meio da amamentação ocorre em 20% a 30% dos bebês amamentados por mães infectadas. A transmissão intrauterina ou no período periparto (período que vai desde o último mês de gravidez até cinco meses após o parto) ocorre em menos de 5% dos casos.
Existem dois tipos desse vírus: o HTLV-I e o HTLV-II.
O subtipo I é o mais perigoso e está relacionado a doenças neurológicas degenerativas graves e doenças hematológicas, como a leucemia e o linfoma de células T do adulto.
A maioria das pessoas infectadas pelo vírus – cerca de 90% – não desenvolve sinais e sintomas ao longo da vida e, desta forma, mantém uma cadeia de transmissão silenciosa.
Cerca de 10% das pessoas que têm o vírus apresentarão doenças relacionadas ao vírus, dentre as quais:
- Leucemia de células T do adulto (LLcTA)
- Uveíte (doença inflamatória que atinge os olhos)
- Mielopatia (doença que compromete a medula espinhal).
Outras manifestações clínicas da infecção pelo HTLV-1 incluem:
- Dermatite infecciosa
- Artrite
- Tireoidite
- Cistite e Prostatite
- Vasculite
- Neuropatia periférica
O diagnóstico do HTLV é baseado na detecção de anticorpos específicos por meio dos seguintes exames:
- Testes imunoenzimáticos (EIA);
- Quimioluminescência;
- Aglutinação de micropartículas de látex sensibilizadas.
Caso o resultado de algum destes testes seja reagente, ou seja, positivo, é necessária a confirmação, que poderá ser realizada pelo teste de Western-blot, INNOLIA, reação de polimerase em cadeia (PCR) ou imunofluorescência indireta. O Western-blot e a PCR, além de confirmatórios, permitem diferenciar se a pessoa está infectada pelo subtipo I ou II.
A infecção não tem cura e também não há tratamento específico para a mesma. No entanto, o risco de doença associada ao HTLV é baixo. Como vimos, cerca de 90% das pessoas infectadas não apresentam sintomas.
O tratamento depende da doença relacionada. No caso da ALT, que citamos anteriormente, são diversos os protocolos de tratamento descritos, dentre eles os que empregam quimioterapia, zidovudina (AZT)/interferon-α (IFN-α) e transplante hematopoiético de células-tronco.
Não existe vacina preventiva para a infecção. Sendo assim, as medidas de prevenção são as mesmas para evitar outras IST: uso de preservativo (masculino ou feminino) nas relações sexuais e não compartilhamento de seringas e agulhas. O preservativo está disponível gratuitamente na rede pública de saúde.
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